segunda-feira, 11 de outubro de 2010

MOVIDA

Primeira semana, completamente adaptado a residência e aos colegas. A cidade ainda se apresenta, o idioma fascina e as idéias se moldam.

Ontem fui na Marcha da America em Atocha, delegações de vários países da America Latina desfilando pela calle. Trio elétrico, musica latina essas coisas. Um típico programa de Domingo. É muito bom reconhecer alguns lugares que já tinha visitado antes. Ali, percebi um sitio chamado 100 Montadilhos, onde se pode comer e beber bem e barato. Depois segui para encontrar os colegas na Tabacalera (http://latabacalera.net/) em Lavapies, um lugar especial, uma antiga fábrica de tabaco transformada em um centro cultural under. Dançamos muito Reggaeton!

Na sexta e no Sábado fui tomar um cervejinha ( de leve) no Via Láctea, um bar importante da Movida Madrilenha(http://es.wikipedia.org/wiki/Movida_madrileña), rock in roll de primeira e gente bacana, sempre acompanhado dos companheiros de curso. É isso, a semana passou leve, tranqüila. Agora vou trabalhar um pouco, botar a cabeça dentro do meu TROPYKAOS. Abaixo, algumas poemas da madrugada:

No peso das pálpebras...sobre os ojos...as pálpebras...o peso da vida...o medo do outro...a felicidade do encontro...a tristeza do desterro...a leveza das pálpebras...sou ave noturna..inquieta...facilmente abatida.

A verdade da poesia está no ardor...no tempo mínimo da espera da dor...naquele negócio que vira e transborda por dentro, naquele menino azul que voa e transcende seu modo...não sei, me apresenta e me aparece o momento da glória, da lastima, do canto do quarto, sozinho, parado, como um móvel, uma gaveta, cheia de coisas medonhas...e fico, ali, para você, para ela, para a morte, para o tempo, para os meus.

Se existe a margem...ali vou banhar-me, desnudado, nuelo, flutuante, sem temor de afogar-me no meio, que não é fundo, nem rasteiro, onde apenas se aglutina, imã, de cabeças raseiras.

Quem conhece a velocidade da navalha, a lentidão do seu corte, da tesourada, o tempo da queda do pêlo, a distância de um corpo para o outro? Quando minha mãe chamou, já a tinha chamando antes e a lágrima já estava escorrida. Somente o chão para me acolher, somente um cão para me perceber. Aquele latido se foi, a vontade voltou, a coleira rompeu, naquele momento, só eu.

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