quarta-feira, 30 de setembro de 2009
SHEVENINGEN É UMA PRAIA
Hoje acordei indignado. Por puro vacilo, perdi um evento que era muito importante pra mim. O Festival Internacional de Pipas, que aconteceu em Den Haag. Aqui as pipas são enormes, grandes bonecos, figuras geométricas, multicoloridas e tudo mais. Queria muito fazer um trabalho com imagens dessas pipas, muito mesmo. Cheguei a ver o cartaz do evento, fotografei, mas entendi que era em outra cidade. Só hoje, dois dias depois do final do evento, percebi que era aqui do lado, a 10 minutos de onde estou, na praia do por do sol, que merda. Esse sentimento de perda é muito ruim e sei que vai durar alguns dias. Poxxxaaa! Tenho que acreditar que algo melhor virá!
SPOELE
Foi inevitável. Por mais que eu tentasse me enganar, uma hora eu teria que encará-la. Depois de 15 dias, e sem mais nenhuma cueca para usar, tive que enfrentar a maquina de lavar. Ok, mecher numa maquina de lavar não é tão difícil, mas pra quem nunca mexeu, enfrentar de primeira uma maquina holandesa! Aí é foda! Mas, com intuição e a ajuda do Google tradutor, tudo acabou saindo bem. Tirei umas fotos dos comandos e fui até o computar para decifrar o enigmas. Holandês-Português. A palavra mágica foi: SPOELE. Tudo lavado, cheiroso, e o quarto ficou parecendo uma laje, cheio de roupa secando.
terça-feira, 29 de setembro de 2009
THE HAGUE CITY OF CONFLICT
No último final de semana aconteceu em Den Haag um bom evento: Den Haag - Cidade do Conflito ( http://2009.todaysart.nl/ ). Vários espaços da cidade ocupados pelo festival, que trazia uma proposta meio de guerrilha. Foram armadas várias tentas de guerra pela cidade. Em cada tenta um DJ, uma instalação, performances. No teatro apresentações de dança, teatro, shows, e nos clubes festas.
Cheguei sozinho, naquela, observando, rondando, naturalmente pegaria uma cerveja, mas estou segurando um pouco a onda. Logo avistei Ingrid, uma figura pitoresca, antiga diretora da academia, que Tom tinha me apresentado no dia anterior. Fiquei observando, na dúvida se ia falar, ou não, com ela, pq com meu inglês, não dá pra ter muito diálogo, o que deixa vários encontros chatos, e as vezes, prefiro não ter-los. Bom, mas já tava na noite, me joguei. Palavras pra cá, pra lá e Ingrid com seu penteado de condessa da idade média, me passa a pulsei que estava usando. Com essa pulseira, que custava 25 euros, eu tinha entrada para o teatro e para os clubs. Era tudo que eu precisava, agradeci a Ingrid que ainda me pagou uma cerveja. A noite foi muito boa, vi um espetáculo de dança contemporânea, naquele estilo, minimalista, e depois um show, mix de banda com DJ e VJ. Foi massa, por fim fui dançar um pouco em um dos clubs. Acabei conhecendo muita gente, mesmo sem falar bem inglês e muito menos holandês. Voltei na madrugada, pelas ruas da cidade.
A PRAIA e A BICICLETA
Esses dias dei o primeiro rolé de bicicleta. Melissa, uma artista que trabalha como recepcionista da academia, e que me dá a maior força, pois ela habla espanhol, me chamou para ir na casa de uma amiga, Barbara. Chegando lá, Barbara uma super figura, com a casa decorada bem estranhamente, me mostrou seus vários CDs de música brasileira, Chico, Caetano, João Gilberto, e me falou de uma canção sobre seu nome. Na hora lembrei: “Barbara, tudo é pouco, nunca é demais....onde estou, onde estais?” Lindo, né? Mas tive que traduzir, com ajuda de Melissa, toda a canção de Chico para a senhora Barbara. Foi no mínimo divertido. Logo surgiu a idéia de ir até a praia de bicicleta. Ainda não conhecia a praia de Den Haag, mas estava meio cansado e quase não fui. Porem, acabei não tendo muita opção e lá fui eu montando na bicicleta do namorado de Barbara, enorme, tinha que ficar na ponta dos pés para tocar o chão. Estava preocupado, pois para andar de bicicleta aqui tem um monte de regras, sinais e tudo mais. Bom, fui seguindo o fluxo. Muito boa a sensação de poder pedalar pela cidade, passando em cruzamentos, cortando bosques, tudo com segurança e respeito dos automóveis. O vento frio no rosto, o movimento diferenciado das coisas, a percepção aguçada, a vontade de não mais parar. O melhor, é que o melhor ainda estava por vim. Quando chegamos na praia, fomos recepcionados por um magnífico por do sol, tão fabuloso quanto o do Porto da Barra. A diferença é a intensidade da luz. Aqui se consegue olhar para o globo solar e apreciá-lo, sem ser ofuscado pela luminosidade. Uma outra palheta se revela, roxo, azul, rosa, laranja, todas lá, ao mesmo tempo, agora. Fiquei hipnotizado. Gaivotas, ondas do mar. Comecei a vislumbra a possibilidade de um trabalho com imagens daquela praia, daquelas luzes. No mar vários surfistas, todos com roupa de proteção para suportar a água fria.
Seguimos para um restaurante a beira mar. Sopa de lentinha e pão. Muito bom e barato.
Seguimos para um restaurante a beira mar. Sopa de lentinha e pão. Muito bom e barato.
De praia para a bicicleta. Um sorriso solar, um aceno de luz, um dia feliz.
domingo, 27 de setembro de 2009
OT301
Ontem recebi um telefonema de Tom me convidando para ir a Amsterdam para o aniversário de Eder Santos. Eder é um dos vídeo-artistas brasileiros mais conceituados. Peguei pela primeira vez o trem. Um pouco caro, 10 euros, mas muito agradável de se movimentar com ele. Em 30 minutos cheguei a estação central. Esperei um pouco na loja da Apple e Eder e Tom chegaram. Foi muito bom encontrar Eder, pois pude falar um pouco de português. Há 15 dias estava improvisando no inglês com os holandeses. Chega uma hora que bate o desespero!
O aniversario de Eder foi em um lugar muito fantastico, OT301(www.ot301.nl), uma antiga escola de cinema, que depois virou um squat(casa invadida) e agora é um espaço cultural underground com um teatro, um cinema e um bar. Muito massa! Lá encontramos Alex Fish, um artista que organiza o espaço, e vários outros artista que também trabalham por ali. O aniversário era um churrasco, mas tinha saladas, pão e tudo mais. Foi massa, muita conversa e cerveja. Lá pelas tantas, Eder convidou a todos para assistir seu novo trabalho no cinema que fica ao lado do bar. Lembrei que estava com um corte do Sarcófago, filme que estou finalizando, no pen-drive. Falei com Eder e ele disse para exibir depois do dele. O vídeo de Eder foi lindo, poesia audiovisual, leve, dilatado, preciso, adorei. Estava tenso com a reação das 20 pessoas que estavam ali para assistir o filme. Afinal, nunca tinha exibido-o antes, foi uma espécie de avant-premiere de luxo! Foi massa, a galera pirou no filme, aplaudiram muito, Jayme conquistou a todos, e percebi que toda a aflição do fazer cinematográfico tem sua recompensa. O Sarcófago elogiado em Amsterdam! Que beleza!
A noite, demos uma volta pelo centro e depois fomos dormi na casa de Tom. No dia seguinte, com um pouco de ressaca, fiz um agradável passeio com Eder por Amsterdam, conversamos sobre diversos assuntos, dentre ele, a possibilidade de ficar em Amsterdam no quarto de um de seus amigos. Acho que vou fazer isso. O passeio estendeu, comemos em um restaurante e só consegui voltar para Den Haag meia-noite. Cansado, mas muito feliz.
O aniversario de Eder foi em um lugar muito fantastico, OT301(www.ot301.nl), uma antiga escola de cinema, que depois virou um squat(casa invadida) e agora é um espaço cultural underground com um teatro, um cinema e um bar. Muito massa! Lá encontramos Alex Fish, um artista que organiza o espaço, e vários outros artista que também trabalham por ali. O aniversário era um churrasco, mas tinha saladas, pão e tudo mais. Foi massa, muita conversa e cerveja. Lá pelas tantas, Eder convidou a todos para assistir seu novo trabalho no cinema que fica ao lado do bar. Lembrei que estava com um corte do Sarcófago, filme que estou finalizando, no pen-drive. Falei com Eder e ele disse para exibir depois do dele. O vídeo de Eder foi lindo, poesia audiovisual, leve, dilatado, preciso, adorei. Estava tenso com a reação das 20 pessoas que estavam ali para assistir o filme. Afinal, nunca tinha exibido-o antes, foi uma espécie de avant-premiere de luxo! Foi massa, a galera pirou no filme, aplaudiram muito, Jayme conquistou a todos, e percebi que toda a aflição do fazer cinematográfico tem sua recompensa. O Sarcófago elogiado em Amsterdam! Que beleza!
A noite, demos uma volta pelo centro e depois fomos dormi na casa de Tom. No dia seguinte, com um pouco de ressaca, fiz um agradável passeio com Eder por Amsterdam, conversamos sobre diversos assuntos, dentre ele, a possibilidade de ficar em Amsterdam no quarto de um de seus amigos. Acho que vou fazer isso. O passeio estendeu, comemos em um restaurante e só consegui voltar para Den Haag meia-noite. Cansado, mas muito feliz.
terça-feira, 22 de setembro de 2009
2 WEEKS
Segunda semana. Sai de Amsterdam e fui para Den Haag. Não foi nenhuma surpresa, pois já tinha visitado duas vezes a cidade. A novidade era o lugar que ia ficar. Fui com Tom até o edifício. Subindo as escadas observei alguns quartos e comecei a temer pelo que ia encontra. Pois bem, lá estava o quarto, enorme, com uma cama de casal, sofá, mesa de trabalho, TV, frigo bar e duas grandes janelas com vista para o canal que corta a rua. O único problema era o banheiro. Logo, a senhora que nos recebeu, e já tinha me dado um molho de chaves, nos levou para um banheiro “coletivo”. Entre aspas pq o espaço é coletivo, mas cada um tem seu vaso e seu chuveiro. Ok, tranqüilo, desfiz as malas, o que ainda não tinha tido possibilidade de fazer, e estava me agoniando, e dei uma boa relaxada na cama.
A noite aconteceu o primeiro passatempo transcendental. Fui tomar banho. Inacreditavelmente o chuveiro daqui é como aquelas pias de lugares públicos, que você aperta, sai um pouco de água e depois para. Ainda não entendi a razão disto. Apertei o botão e um super jato de água fria caiu em mim, ficou alguns segundos aberto e parou, apertei de novo, e então um jato quente saiu e não parou mais. Achei ótimo fiquei tomando um longo banho, o problema é que quando o banho acabou, o chuveiro não parou. Não tinha como desligá-lo. Foda! Malabarismos, diversas tentativas, tudo molhado e tive que bater na porta do vizinho: I need a help! Meio sem entender nada, pois ele nunca tinha me visto, o cara foi compreendendo e acabou me mostrando uma válvula que desligava tudo. Ufa!
No dia seguinte, trabalhei um pouco na academia e fui comer uma sopa, soup nuddles, no restaurante chinês. Depois fui pesquisar um pouco mais da cidade e mais uma vez levado pelo fluxo, cai no meio de uma manifestação anti-capitalista. Muito engraçado, do nada, uma galera de jovens em uma praça e eu lá no meio. Claro que demorei um tempo para entender o que estava acontecendo, até ver um cartaz com a foto de Karl Max. Que onda!
Fiz meu primeiro mercado, totalmente no instinto, pois tudo é em holandês, e fui pra casa fazer meu jantar, uma belíssima Daniel’s Salad.
WALL HOUSE
Ops...filmei com a camera em pé novamente. É que essa é a fotografica...aí foto, foto, e acabo confundindo. Na próxima vem certo!
CHROMODOMO - GRONINGEN
Domingo. Depois de dois dias visitando o centro de Amsterdam, fui a Groningen com Tom, George e Roman para o lançamento da exposição CHROMODOMO. Tom tinha trabalhado duro durante toda a semana na montagem do panorama 360, onde um dos artistas da exposição apresentaria seu trabalho. Todos estavam ansiosos para ver tudo pronto.
O dia estava ensolarado e Tom decidiu abrir o tento do seu conversível. O problema é que o ensolarado daqui é o nublado de Salvador. Curti os primeiros 10 minutos do vento no rosto, da brisa da natureza, mas, logo em seguida, o corpo começou a gelar, tentei administrar o frio, mas não deu, estava gelado dos pés a cabeça, tive que pedir pra Tom parar o carro e fechar o teto. Duas horas daquele vento gelado seria impossível!
Quando chegamos, logo percebi que a cidade não estava tão movimentada como no meio da semana quando fui com Tom. Principalmente a Minerva Academie onde o panorama estava montado. A Minerva Academie é uma escola pública de artes onde 800 estudantes aprendem todas as vertentes das artes visuais. É um lugar muito especial e com muita gente bacana, pena que hoje, no lançamento, parece que os estudantes preferiram ficar em casa. Dá pra entender, domingo; eles vêem arte todo dia; a exposição vai ficar um mês ali; ok.
A exposição acontecia em vários lugares da cidade. Alguns davam pra ir andando, outros, mais distantes, tinha um ônibus para levar.
Vi alguns trabalhos com lâmpadas fluorescentes que me empolgaram, pois dialogam diretamente, com meu trabalho “Quadro de Luz”. Foi bom ver outros artistas pensando na mesma linha.
Pegamos o ônibus para ir a Wall House, um super projeto arquitetônico que estava sendo utilizado como espaço expositivo. Toda a casa estava decorada de forma inusitada. Objetos, moveis, comidas, tudo compondo estranhamente o ambiente. Muito legal!
Voltamos, andamos um pouco pela cidade, visitamos outras galerias, cervejas, vinhos, até terminarmos em um restaurante vietnamita com todos os artistas da exposição. Entendi muito pouco do que se falou, mas a comida estava ótima!
segunda-feira, 21 de setembro de 2009
RED LIGHT 02
Hoje fui mais uma vez para Amsterdam. Já entendi todo o processo de pagamento do bonde. Alguns bondes tem cobrador, outros não. Quando não tem é só pagar direto ao motorista. Você escolhe o tempo do seu ticket: Tem de uma hora ou duas horas. Durante esse período você pode pegar quantos bondes quiser. Bom, fui acompanhado por Roman, ele queria ver uma loja de brinquedos de RPG, claro que eu não ia perder essa, afinal, com Roman estou aprendendo muito inglês. Com criança é mais fácil, você pode falar qualquer besteira que eles não estão nem aí.
Chegamos no Game Workshop. Roman ficou louco, estava tendo uma oficina de pintura de bonecos para RPG. Eu curti um pouco a loja e acabei abandonando-o lá. Eu queria conhecer mais do centro de Amsterdam e pela empolgação de Roman, ele não ia sair tão cedo dali.
Queria conhecer a Red Light, a tão falada zona de Amsterdam. Novamente fui seguindo o fluxo, sentido os movimentos, vibrações, estava tímido para perguntar: Hey, where is the Red Zone? Mas acabei tendo que perguntar ao motorista de uma charrete que me respondeu: Red Zone is here! Minha intuição estava certa. A Red Ligth são ruas com córregos no centro por onde passeiam barcos. Os barcos funcionam como camarotes onde os jovens holandeses e turistas alugam para curtir o dia tomando cerveja. Toda a região é cercada por coffee shop’s e puteiros. Muitos, muitos mesmo! A novidade é que nas vitrines as garotas estão expostas como mercadoria. Tudo muito natural e sem frescura. Todos os tipos de garotas; loiras, negras, asiáticas, velhas senhoras, gordas, travestis. Turistas caminham por todos os lados, sorriem, apontam, entram nas casas para desfrutarem. A Red Ligth é de fato uma atração turística. Nesse passeio foi inevitável lembrar dos camaradas do velho Imbui. Para alguns de fato o paraíso existe...e é aqui, em Amsterdam!
Chegamos no Game Workshop. Roman ficou louco, estava tendo uma oficina de pintura de bonecos para RPG. Eu curti um pouco a loja e acabei abandonando-o lá. Eu queria conhecer mais do centro de Amsterdam e pela empolgação de Roman, ele não ia sair tão cedo dali.
Queria conhecer a Red Light, a tão falada zona de Amsterdam. Novamente fui seguindo o fluxo, sentido os movimentos, vibrações, estava tímido para perguntar: Hey, where is the Red Zone? Mas acabei tendo que perguntar ao motorista de uma charrete que me respondeu: Red Zone is here! Minha intuição estava certa. A Red Ligth são ruas com córregos no centro por onde passeiam barcos. Os barcos funcionam como camarotes onde os jovens holandeses e turistas alugam para curtir o dia tomando cerveja. Toda a região é cercada por coffee shop’s e puteiros. Muitos, muitos mesmo! A novidade é que nas vitrines as garotas estão expostas como mercadoria. Tudo muito natural e sem frescura. Todos os tipos de garotas; loiras, negras, asiáticas, velhas senhoras, gordas, travestis. Turistas caminham por todos os lados, sorriem, apontam, entram nas casas para desfrutarem. A Red Ligth é de fato uma atração turística. Nesse passeio foi inevitável lembrar dos camaradas do velho Imbui. Para alguns de fato o paraíso existe...e é aqui, em Amsterdam!
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